segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Guerra Carioca e os Evangélicos - 1




"A queda de um helicóptero no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, e a onda de terror promovida pelo tráfico na Zona Norte ganharam destaque em diversos sites de jornais internacionais. Com o título “Helicóptero da polícia derrubado na cidade olímpica do Rio de Janeiro”, o jornal The Times, de Londres, publicou uma matéria extensa sobre o tema, com 12 imagens do confronto e um parágrafo de abertura que destaca o fato de o episódio de violência ter acontecido apenas duas semanas depois da escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016." ("Violência repercute no mundo", O Globo, 19/10/2009)

A edição de 23/05/2009 da Revista Época, apresenta-se uma série de matérias com previsões para o Brasil em 2020. O crescimento evangélico é abordado em uma das matérias. Baseado em dados estatísticos do SEPAL, estima-se que 50% da população brasileira poderá ser evangélica. Uma das hipóteses para o crescimento dos evangélicos, segundo a matéria, é a flexibilização e adaptação à sociedade. (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI74084-15228,00.html)

No "jargão" pseudo-doutrinário evangélico brasileiro, talvez devêssemos dizer "Óh! Glória" pelo crescimento deste grupo. Afinal, com o aumento do número dos "servos do senhor" (note a minúscula), o diabo estaria mais impotente, mais "amarrado", já que haveria mais "ungidos" policiando o inferno, mais "soldados" lutando a "guerra espiritual". O mapeamento do território seria muito mais efetivo, porque há mais "vigias" tomando conta de cada passo do capeta. Num menor movimento do maligno, rapidamente deslocar-se-íam os "Gideões" com toda a sorte de "armamento", jogando "bolas de fogo espirituais" (nos moldes do desenho "Pirata do Espaço", 1983, TV Manchete) para vaporizar os guerreiros do mal. Constantine que se cuide: qualquer dia, os centes usarão sua "Holy Shotgun" (A Espingarda Santificada).

Enquanto isso, no mundo real, diferentemente do imaginário evangélico e político brasileiro, nos deparamos com uma enorme escalada da violência, ao ponto de ser abatido, em pleno ar, um helicóptero da polícia carioca. A insegurança é crescente; não há um carioca sequer que não fique ressabiado ao sair à rua para fazer uma simples compra no mercado. Não há uma única família que não tema todos os dias pelo seu pai, porque não sabe se ele voltará para casa do trabalho em pé ou deitado. A desconfiança e o medo grassam a vida daqueles que, sem alternativas, precisam se expor à uma sociedade violenta, sem governo, sem lei, sem garantias de coisa alguma.

A pergunta que surge quase espontaneamente é: o que estamos fazendo para alterar essa realidade? O que a Igreja tem realmente feito de forma a modificar o cenário de caos social em que se encontra mergulhado o povo carioca? Canais de TV são disputados quase "à tapa" por 3 mega-corporações evangélicas (Igrejas???), uma alfinetando a outra; cada uma delas diz que "tem a solução, que é a melhor, que Deus está nela", com líderes para todos os gostos, desde "comedores de angu pseudo-humildes", passando por "feiticeiros evangélicos pseudo-poderosos" até "psicólogos politiqueiros pseudo-cientistas". Porém o único deus que vejo em todas elas é Mamom, o deus das riquezas; a única "virtude", é a prepotência e o único poder, é o da língua inflamada pelo inferno. Deus? Jesus? Espírito Santo? Bíblia? Onde???? Aliás, não apenas nestas corporações; mas em muitas e muitas outras, menos midiatizadas. Se isoladas são assim, imagine as Convenções...

Como o poder transformador do evangelho de Cristo mudará a nossa sociedade exterior, se não permitirmos que ele mude primeiro a sociedade interior, a Igreja? Como falar de um Deus que amou o mundo de tal maneira, quando de tal maneira seus "porta-vozes" se esbofeteiam verbalmente em troca de fiéis? Como amarrar Satanás, se somos incapazes de conter a síndrome luciferiana a que somos acometidos? "O Filho do Homem veio para servir" aos nossos caprichos? À nossa sede de poder? Como "garoto propaganda" para exploração comercial e marqueteira da fé? Todos os dias, dezenas de pessoas morrem, vítimas da violência; mães choram por seus filhos, filhos por seus pais. Clamam Violência! Porém não são ouvidos. Gritam: Socorro! Porém não há justiça (Jó 19.7). Não há quem faça o bem, não, nem sequer um! (Sl 53.3)

O que fazer? O Profeta Jeremias nos dá a resposta: "Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança" (Lm 3.29). Ou seja, ARREPENDA-SE! Esse é um clamor destinado a você, evangélico, quer se chame por pastor, bispo, apóstolo, profeta, diácono, irmão ou o que quer que seja. É você quem Deus espera que se arrependa dos seus pecados. É você, que vive indiferentemente à tudo o que acontece, que está seguro e quente em sua casa, confortável em sua Igreja. É você, que atropela a Bíblia para justificar seu mundanismo, sua vida de pecado, que "ama o mundo e o que há no mundo" (I Jo 2.15). É você, que em sua vaidade acaba alimentando esse sistema diabólico. É você, que tendo comichão nos ouvidos, amontoa para si mestres conforme as suas próprias concupiscências (II Tm 4.3). É você que, ao expor toda sensualidade pecaminosa na mídia, tem ainda coragem de dizer que "será arrebatado(a)". Sim, é você que busca o "evangelho fácil", "indolor", "moderno", evangelho sem cruz! A terra está doente por sua causa! Leia a Bíblia e, com toda sinceridade, diga-me se é correto o que tens feito!

"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (II Cr 7.14)


Um comentário:

  1. Arrependimento está fora de moda para muitos que se dizem crentes,já que tudo depende e o que vale é levar vantagem.A pergunta persiste e não quer calar:"Quando o Filho do Homem vier achará e na terra?"

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